terça-feira, 10 de maio de 2011

CICLO DE DEBATES: Organização Desformas / Sintusp
Universidade e classes sociais
Mediador: Marcos Soares (Letras, USP)
Expositores: Luiz Renato Martins (ECA, USP); Marcelo "Pablito" (diretor do SINTUSP e dirigente da LER-QI); José Arbex (Escola Nacional Florestan Fernandes / MST); Representante do Coletivo “A exceção e a regra” (EACH)
Local: na Sala 24 da Ciências Sociais (FFLCH)
Data: 12/05/2011 Horário: às 18 horas

A EACH precisa avançar na mobilização!


Criação de Novos cursos?
Só com participação e Democracia!

Contratação de mais professores e Funcionários!

Cancelamento de todos os processos contra
Estudantes e trabalhadores:
Não as Punições!

Qualificação e valorização dos trabalhadores da USP:
Pelo Fim da Terceirização!

Revitalização e ocupação responsáveis
Nosso Espaço dos Estudantes!

Unidade com os Estudantes da Pós !

O projeto deles continua. É hora de avançarmos no nosso.

É clara a disputa existente dentro e fora da USP: por um lado, um projeto que está a serviço das empresas privadas - principais financiadoras das campanhas eleitorais dos chefes do Estado e ligadas às políticas de governo - e, por outro lado, o projeto daqueles que lutam por manter o caráter público e gratuito da educação superior do país, esta qual financiada pela população através de seus impostos.
A Reitoria e Direção da EACH estão se reorganizando para concretizar este projeto de outra forma, já que via Relatório Melfi foi derrotado. Vide a criação de Engenharia e Administração Pública na EACH, sem consulta, debate ou elaboração sobre estas novas graduações. A questão não é ser contra novos cursos, mas sim defender novas graduações de forma democrática, que avalie a demanda destes, a capacidade física da unidade, a contratação de novos docentes e funcionários, enfim.
Para isso, precisamos lutar por reivindicações concretas de nossa realidade, passando pela questão acadêmica – contratação de novos professores para dar suporte às exigências de nossas graduações -, questão infraestrutural – contratação de mais funcionários para suprir a demanda da EACH – e questões políticas – desde a ocupação responsável de nosso espaço dos estudantes, passando pela defesa de condições dignas aos trabalhadores, pelo fim da terceirização em nossa universidade, com melhores salários e valorização deste trabalho (que atualmente, recebem salários baixíssimos, não podem reclamar, pois correm o risco de serem remanejados ou demitidos e são proibidos pela direção até de comerem no bandejão) , até a luta contra as punições a estudantes e funcionários, que estão sofrendo represálias por se mobilizarem e criticarem a Direção, chegando ao ponto de um estudante correr o risco de ser expulso da universidade ainda neste semestre, por participar de mobilizações e denunciar a Direção da EACH.
O Coletivo A Exceção e A Regra faz um grande chamado a todos os estudantes da EACH:
Todos à luta!

Estudantes e trabalhadores em defesa de uma EACH de qualidade e democrática!

Nota Acerca da Implantação de Novos Cursos na EACH

             No início deste ano a EACH passou por momentos turbulentos. A reitoria e a direção de nossa unidade apresentaram um relatório, o Relatório Melfi, que propunha o corte de vagas, a extinção de curso e mudança do caráter do mesmos. Em última instância apresentava-se como um projeto elitista e privatizante do conhecimento produzido na Universidade Pública.
            Diante deste ataque a qualidade e ao caráter de nossa Universidade, os alunos se levantaram e posicionaram-se claramente contrários a este projeto mostrando-se dispostos sim a discutir uma reformulação em seus cursos e em sua unidade, mas uma reformulação democrática, com ampla participação de todos os setores da universidade e da comunidade, e que reafirma-se o caráter público da universidade, comprometendo-se com o cumprimento de sua função social.
            Este levante dos estudantes, sem precedentes na história de nossa unidade, foi responsável por barrar este projeto, culminando no dia 07/04 com a rejeição por parte da C.G. de todas as propostas do Relatório Melfi. Entretanto sabíamos que esta vitória era temporária e a última reunião da Congregação e notícias veiculadas na mídia corroboram com esta avaliação.
            Na última Congregação ventilou-se a possibilidade de trazer cursos de engenharia para a EACH. Os rumores aumentaram e se veiculou  na mídia a possibilidade de, além da engenharia, curso de administração pública, ambos os cursos administrados pela POLI e pela FEA, sem participação da EACH na gestão ou decisão sobre os mesmos.
            É importante deixar claro aqui que nós do Coletivo “A Exceção e a Regra” não somos contrários a implantação destes cursos nem de nenhum outro, desde que a criação e implantação dos mesmo estejam sedimentadas sobre amplo debate com toda a comunidade acadêmica e com a sociedade. É fundamental que decisões deste calibre sejam tomadas de maneira democrática com ampla participação de todos os setores da universidade para garantirmos que as condições infra-estruturais, de laboratórios, salas de aulas, além de professores e funcionários entre outros fatores, consigam suportar estas novas iniciativas sem que haja perda de qualidade nestes novos cursos nem o sucateamento dos cursos que já se encontram na EACH.
            Não podemos permitir que os mesmos que defenderam o Relatório Melfi e o projeto privatizante que ele representava tomem decisões de uma hora para outra e sem que haja qualquer discussão. Avisamos mais uma vez: a EACH não é protótipo da USP, as decisões tomadas para nossa unidade devem ser responsáveis. Não nos furtaremos a luta em defesa de uma Universidade Democrática e Pública de fato.

Coletivo A Exceção e A Regra

Movimento Estudantil BARRA corte de vagas na EACH

Após muitos debates, muitos protestos e muita mobilização, no dia 7 de abril de 2011, a reunião da Comissão de Graduação da EACH – esta qual se deu de portas abertas à comunidade eachiana -, votou pela MANUTENÇÃO DAS 1020 VAGAS NOS CURSOS JÁ EXISTENTES DA UNIDADE! Esta conquista se deu unicamente pela força do movimento estudantil, o qual protagonizou uma grande luta, organizada e politizada, mostrando para toda a sociedade a importância de nossas bandeiras em prol da educação superior pública, lutando para manter as vagas na EACH e, muito mais do que isso, defender um projeto de universidade que atenda às demandas sociais, dando um duro golpe àqueles que querem privatizar o conhecimento e elitizar ainda mais a educação superior.
Esta vitória foi uma conquista histórica da EACH e temos que lutar para manter e avançar nas nossas reivindicações. A universidade possui muitos problemas, que são conseqüência de uma política precarizante da Reitoria e do Governo. Temos que ampliar nossa luta em defesa de uma universidade pública, democrática e de qualidade.
É hora de denunciar a “democracia” de Rodas e Boueri!
A falta de democracia na universidade é um meio para que o Governo e a Reitoria possam aplicar seus projetos com amparo “democrático” de seus conselhos de graduação, congregações e conselho universitário.  Entretanto, sabemos que a USP é a universidade mais antidemocrática do país, que se utiliza de um regimento da época da ditadura e se sustenta em órgãos que sequer respeitam a LDB para a educação, que determina 30% das cadeiras para representações estudantis. É essa mesma “democracia” de Rodas e Boueri que pune estudantes que se manifestam contra os ataques da Reitoria, a mesma “democracia” que demite cerca de 270 funcionários e é a mesma “democracia” que elaborou o Relatório Melfi e quer precarizar, elitizar e privatizar o conhecimento da Universidade de São Paulo, abrindo as portas destas aos interesses do mercado e sujeitando seus cursos a esta lógica.
Barramos o Relatório Melfi. Mas precisamos avançar! Não adianta barra um ataque como este e manter esta estrutura de poder burocrática que, cedo ou tarde, aplicará novamente este projeto, com outra cara.
A nossa democracia é defender nossa universidade, com poder direto às decisões e derrubar esta estrutura burocrática e capacho das ordens do governador, em detrimento das demandas da comunidade acadêmica e da sociedade.
Colegiados representativos; autonomia estudantil e sindical; transparência financeira e decisória!
A nossa democracia!
Democracia é um conceito que se não for bem argumentado pode cair num oportunismo político inconseqüente. Afinal, que democracia queremos? É simples. Queremos democracia nas decisões, com participação condizente com o peso de cada setor na universidade, entre estudantes, funcionários e professores. Queremos democracia que garanta a livre organização estudantil e sindical sem represálias nem repressões. Queremos clareza sobre os investimentos dentro de nossa universidade, saber os critérios de certos gastos, como é o caso dos polêmicos prédios para a Incubadora de Empresas e UNIVESP na EACH.
Debater e lutar por democracia é reivindicar como nosso projeto de universidade será aplicado, respeitando os distintos interesses da comunidade acadêmica e sua representatividade dentro das unidades e em toda a USP.
Não podemos mais permitir órgãos colegiados fechados e burocratizados, os quais os membros são eleitos por indicação e títulos políticos, defendendo projetos de quem os indica, ou seja, do governo.
Esta aberta a época “Caça às Bruxas” na EACH!
Não às punições! Não às represálias! Não às perseguições!
Mal barramos o Relatório Melfi e já presenciamos perseguições a estudantes e professores que lutaram contra este projeto. Alunos e alunas que estão marcados e ameaçados por professores e coordenadores de cursos que apoiavam o corte de vagas e o conteúdo do Relatório Melfi e, depois que viram a mobilização e vitória dos estudantes, se utilizam de seu poder dentro dos cursos para perseguir e retaliar, publicamente, estes estudantes que lutaram por suas graduações. Esta política de caça às bruxas não é novidade, pelo contrário, é uma prática bastante presente na gestão Boueri e, que agora que sofreu uma dura derrota e saiu desmoralizado deste processo, fará de tudo para perseguir aqueles que denunciaram o Relatório e a postura da Direção da unidade. Não podemos baixar a cabeça para esta repressão! Lutaremos até o fim para defender os estudantes e professores que tanto se mobilizaram e dedicaram suas vidas por esta luta.
Vamos barrar e denunciar qualquer tipo de perseguição ou repressão aos lutadores da EACH!



Coletivo A Exceção e A Regra

O Coletivo “A Exceção e A Regra” é uma organização de estudantes da EACH que surgiu em 2010, formada por alunos de vários cursos que estão cotidianamente nas lutas e discussões políticas dentro e fora de nossa unidade. A criação deste Coletivo se deu pela falta de organização e debate político dos estudantes da EACH, muitos estruturados em seus Centros Acadêmicos ou nas representações discentes, não existindo uma organização que representasse os dez cursos da unidade frente aos problemas que vivemos no dia-a-dia, como debilidades nas grades curriculares, falta de autonomia estudantil, problemas de infraestrutura, falta de transparência da Direção da Escola, repressão a alunos e trabalhadores e por aí vai. A não existência de um Diretório Acadêmico, ou Grêmio, de toda a EACH dificulta este debate mais profundo sobre a realidade da unidade e de toda a universidade, os projetos aplicados, as reivindicações estudantis e todas as demandas que tocam a vida de cada eachiano e eachiana.
O Coletivo “A Exceção e A Regra” tem como objetivo debater, com todos os alunos da EACH, o futuro de nossa universidade, debatendo a reformulação curricular da Reitoria – que é um grande ataque à qualidade da Educação Superior -, a UNIVESP, que já está em andamento sem maiores discussões na comunidade acadêmica, os processos administrativos e judiciais que vários estudantes e trabalhadores estão enfrentando por conta da intransigência e repressão da Reitoria e Direções de unidade, enfim.  O coletivo quer ouvir, debater e mobilizar todos os estudantes em defesa de uma EACH de qualidade, com maior participação estudantil e com cursos que correspondam às demandas sociais, com investimento e financiamento públicos!
A EACH que Queremos!
Precisamos parar e debater: que EACH queremos? Uma EACH que a cada ano que passa se afunda e se torna um grande escolão técnico, ou uma EACH que dignifique seus cursos, com melhor elaboração destes, qualificação dos professores e maior participação dos alunos nas decisões gerais?
Não dá mais para ver a EACH sendo secundarizada na USP, ver os cursos menos procurados e mais precários, ver uma cúpula de professores ditarem os rumos da unidade de acordo com seus interesses, transformando a EACH em uma escola sem qualidade.
A EACH que queremos é uma EACH com cursos respeitados e melhor elaborados, uma EACH com uma infraestrutura decente, com laboratórios bem equipados, condições de estudo suficientes, uma EACH com democracia, com um debate amplo de seu futuro com toda a comunidade, uma EACH que não reprima, mas incentive a livre manifestação política, acadêmica e cultural.
O Coletivo “A Exceção e A Regra” faz um convite a todos os alunos para transformarem a EACH, construir uma unidade de qualidade, antes que a Reitoria e a Direção a transforme em uma plataforma para o mercado.