terça-feira, 10 de maio de 2011

Nota Acerca da Implantação de Novos Cursos na EACH

             No início deste ano a EACH passou por momentos turbulentos. A reitoria e a direção de nossa unidade apresentaram um relatório, o Relatório Melfi, que propunha o corte de vagas, a extinção de curso e mudança do caráter do mesmos. Em última instância apresentava-se como um projeto elitista e privatizante do conhecimento produzido na Universidade Pública.
            Diante deste ataque a qualidade e ao caráter de nossa Universidade, os alunos se levantaram e posicionaram-se claramente contrários a este projeto mostrando-se dispostos sim a discutir uma reformulação em seus cursos e em sua unidade, mas uma reformulação democrática, com ampla participação de todos os setores da universidade e da comunidade, e que reafirma-se o caráter público da universidade, comprometendo-se com o cumprimento de sua função social.
            Este levante dos estudantes, sem precedentes na história de nossa unidade, foi responsável por barrar este projeto, culminando no dia 07/04 com a rejeição por parte da C.G. de todas as propostas do Relatório Melfi. Entretanto sabíamos que esta vitória era temporária e a última reunião da Congregação e notícias veiculadas na mídia corroboram com esta avaliação.
            Na última Congregação ventilou-se a possibilidade de trazer cursos de engenharia para a EACH. Os rumores aumentaram e se veiculou  na mídia a possibilidade de, além da engenharia, curso de administração pública, ambos os cursos administrados pela POLI e pela FEA, sem participação da EACH na gestão ou decisão sobre os mesmos.
            É importante deixar claro aqui que nós do Coletivo “A Exceção e a Regra” não somos contrários a implantação destes cursos nem de nenhum outro, desde que a criação e implantação dos mesmo estejam sedimentadas sobre amplo debate com toda a comunidade acadêmica e com a sociedade. É fundamental que decisões deste calibre sejam tomadas de maneira democrática com ampla participação de todos os setores da universidade para garantirmos que as condições infra-estruturais, de laboratórios, salas de aulas, além de professores e funcionários entre outros fatores, consigam suportar estas novas iniciativas sem que haja perda de qualidade nestes novos cursos nem o sucateamento dos cursos que já se encontram na EACH.
            Não podemos permitir que os mesmos que defenderam o Relatório Melfi e o projeto privatizante que ele representava tomem decisões de uma hora para outra e sem que haja qualquer discussão. Avisamos mais uma vez: a EACH não é protótipo da USP, as decisões tomadas para nossa unidade devem ser responsáveis. Não nos furtaremos a luta em defesa de uma Universidade Democrática e Pública de fato.

Coletivo A Exceção e A Regra

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